quinta-feira, 4 de maio de 2006

O pensamento sociológico de Max Weber

Max Weber produziu a sociologia “compreensiva”, onde ele se mostra preocupado com a compreensão das atitudes dos indivíduos na sociedade, considerando que a sociologia poderia, então, explicar melhor determinados fragmentos da realidade social.
Diferente do pensamento crítico de Marx, e de sua visão de transformação da sociedade capitalista, Weber através da sociologia compreensiva, visa compreender as relações sociais. Ele não está pensando em transformação. Para Weber, o indivíduo através de suas ações é quem constrói a sociedade.
Dentro da perspectiva da sociologia compreensiva, está a postura do cientista que deve ser de compreender as relações sociais e analisar sem interferir. O cientista se mantém neutro, analisa o fato sem se relacionar com ele.
Para Weber, a sociedade é fruto de ações racionais dos homens, que fazem suas escolhas conscientemente dentro da sociedade. São indivíduos dotados de racionalidade, que pensam, que analisam. Segundo Weber, esses indivíduos são mais importantes que a sociedade, já que são eles que “dão vida” à sociedade. O contrário do pensamento de Durkheim, que via a sociedade como uma instituição que se impõe aos indivíduos quase que totalmente autônoma em relação a estes.
O objeto de estudo da sociologia compreensiva, é a ação social dos indivíduos. Estes realizam suas ações vinculadas às ações de outros indivíduos. Realiza pensando no outro indivíduo.
Dentro da sociedade estão estabelecidos diversos tipos de ação, mas Weber acredita que existem algumas mais efetivas na sociedade. Ação tradicional, afetiva, racional com relação a fins e racional com relação a valores. Quando o sentido das ações é compartilhado por um grupo de pessoas, estabelecemos uma relação social.
Na política, Weber buscou compreender os fundamentos da dominação legítima – aquela que é obtida sem o uso da força. Ele identifica três tipos básicos de dominação legítima: a dominação “legal” que é a obediência baseada através de leis, estatutos e normas estabelecidas em sociedade; dominação “tradicional” que é a obediência nas crenças das santidades e das tradições; dominação “carismática” que é obediência no carisma do líder.
Outro ponto importante no pensamento de Max Weber é a educação. Ele descreve uma educação racional, onde os indivíduos são preparados para exercer as funções dentro da sociedade. Para Weber, a educação é um instrumento para estratificação social, ela forma o indivíduo. Uma educação para a qual esse indivíduo vai seguir suas ações. Weber vê a educação como uma ação social.
Weber aponta três caminhos para a educação: despertar o carisma é o caminho direcionado àqueles indivíduos que são considerados únicos na sociedade, poderão se tornar líderes através do desenvolvimento do pensamento. A pedagogia do cultivo forma culturalmente o indivíduo para que possa exercer sua função dentro da estrutura em que ele está inserido. E a pedagogia do treinamento prepara um especialista para cumprir determinada função dentro da estrutura hierarquizada e burocrática da sociedade capitalista.
A nossa educação é voltada para os três caminhos. Deve haver a união desses termos. A formação deve ser completa dentro dessas três perspectivas, havendo inter –relação desses três caminhos para a educação.
Weber possuía um conceito amplo de educação, o que engloba a educação religiosa, familiar, carismática, filosófica, política e especializada. Ele reconheceu que a escola poderia transformar conhecimento em poder. Segundo Weber a sociedade é o fruto das ações racionais dos indivíduos, isso faz com que o indivíduo seja um ser autônomo, livre para escolher. Esta é uma contribuição para implementação de uma escola ideal. O papel do educador e da escola é ajudar o aluno na sua capacidade de reflexão como ser humano. Possibilitando assim, a criação de mecanismos de mudança dentro da sociedade.


Eva Coutinho Matos Santana

Referências Bibliográficas:
QUINTANEIRO; BARBOSA; OLIVEIRA, 2001.

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