SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
graduação em pedagogia
eva coutinho matos santana
AS TEORIAS DE PIAGET E VYGOTSKY
Feira de Santana
2006
eva coutinho matos santana
AS TEORIAS DE PIAGET E VYGOTSKY
Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Desenvolvimento Psico-emocional.
Orientador: Prof. Fernando Zanluchi
Feira de Santana
2006
Quadro comparativo das diferenças e semelhanças entre as teorias de Piaget e Vygotsky
Diferenças:
1- Piaget
ü Privilegia a maturação biológica;
ü O desenvolvimento segue uma seqüência fixa e universal de estágios;
ü Os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança, de acordo com os estágios de desenvolvimento que ela se encontra;
ü A visão egocêntrica (particular, peculiar) que as crianças têm do mundo vai, progressivamente aproximando-se da concepção dos adultos: torna-se socializada, objetiva (do individual para o social);
ü A aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento e tem pouco impacto sobre ele (minimiza o papel da interação social);
ü O pensamento aparece antes da linguagem, que é uma das suas formas de expressão.
ü A formação do pensamento depende, basicamente, da coordenação dos esquemas sensoriomotores e não da linguagem;
ü As operações cognitivas não podem ser trabalhadas por meio de treinamento específico feito com o auxilio da linguagem (não se pode ensinar, usando apenas palavras, a classificar, a seriar, a pensar com reversibilidade).
2- Vygotsky
ü Privilegia o ambiente social;
ü Não aceita a visão única, universal, de desenvolvimento humano;
ü A criança nasce num mundo social e vai formando uma visão de mundo através da interação social com adultos ou crianças mais experientes;
ü A construção do real é medida pelo interpessoal antes de ser internalizada pela criança (do social para o individual);
ü Desenvolvimento e aprendizagem são processos que se influenciam reciprocamente (quanto mais aprendizagem mais desenvolvimento);
ü Pensamento e linguagem são processos interdependentes, desde o inicio da vida;
ü A aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções superiores, dando uma forma definida ao pensamento possibilitando o aparecimento da imaginação, o uso da memória e o planejamento da ação;
ü Coexistem fala egocêntrica e comunicacional, sendo a fala egocêntrica transitória na evolução da fala oral para o interior, onde predomina o sentido da palavra sobre o significado da frase. A fala egocêntrica é o falar para si mesmo e para o outro de seus planos interiores e ações, tem sentido social.
Semelhanças entre as teorias de Piaget e Vygotsky
ü É importante que se respeite o nível da criança na colocação mínima e máxima para cada ensinamento.
ü Representam marcos teóricos nas pesquisas da construção do conhecimento, sendo necessário o dialogo entre ambas as teorias para que tenhamos um teoria do conhecimento sempre renovada e atual;
ü São contra o “associacionismo imperista” e “idealismo racionalista”; se interessam pela gênese dos processos psicológicos.
ü Consideram que a imaginação surge da ação, o que é importante na formação da consciência;
ü Consideram o discurso egocêntrico como ponto de partida do discurso interior.
A contribuição da teoria de Vygotsky para a educação
Lev Seminovitch Vygotsky (1896-1934) foi um teórico que iniciou-se sob forte influência do materialismo histórico e dialético de Marx e Engels. No seu trabalho, encontra-se uma visão de desenvolvimento baseada na concepção de um organismo ativo, cujo pensamento é construído paulatinamente num ambiente que é histórico e essencialmente social. O sujeito é herdeiro da evolução filogênica e cultural, e seu desenvolvimento se dá em do meio social em que vive, portanto sua teoria é considerada histórico-social. Nesta teoria é dado destaque as possibilidades que o indivíduo dispõe a partir do ambiente em que vive e que dizem respeito ao acesso que o ser humano tem a “instrumentos físicos”, como uma faca, uma mesa, e “instrumentos sociais”, como a cultura, costumes, valores (signos e linguagens) desenvolvidos em gerações precedentes. Vygotsky mostra que o desenvolvimento se dá de fora para dentro, preparando o educador para preparar o educando.
Para Vygotsky, a aprendizagem da criança antecede a entrada na escola e que o aprendizado escolar produz algo novo no desenvolvimento infantil, evidenciando as relações interpessoais.
A aprendizagem acontece em todo lugar. O processo de formação de pensamento é despertado e acentuado pela vida social e pela constante comunicação que se estabelece entre crianças e adultos, a qual permite a assimilação da experiência de muitas gerações. A linguagem intervém no processo de desenvolvimento intelectual da criança desde o nascimento. Quando os adultos nomeiam objetos, indicando para a criança as várias relações que estes mantém entre si, ela constrói formas mais complexas e sofisticadas de conceber a realidade. Sozinha, não seria capaz de adquirir aquilo que obtém por intermédio de sua interação com os adultos e com as outras crianças, num processo que a linguagem é fundamental.
Em sua teoria Vygotsky apresenta a noção de que o bom aprendizado é aquele que se adianta da criança, isto é, aquele que considera o nível de desenvolvimento potencial ou proximal. O conceito de “zona de desenvolvimento potencial” possibilita compreender funções de desenvolvimento que estão a caminho de se completar. Tal conceito é de suma importância para um ensino efetivo. Ele pode ser utilizado tanto para mostrar a forma como a criança organiza a informação, como para verificar o modo como seu pensamento opera, apenas conhecendo o que as crianças são capazes de realizar com e sem a ajuda externa é que se pode conseguir planejar as situações de ensino e avaliar os progressos individuais. Portanto o papel da educação e consequentemente, o de aprendizagem, ganham destaques na teoria de desenvolvimento de Vygotsky, que também mostra que a qualidade das trocas que se dão no plano verbal entre o professor e os alunos irá influenciar decisivamente na forma como as crianças tornam mais complexos o seu pensamento e processam novas informações.
Na construção social, Vygotsky considera as crianças como sujeitos sociais que constroem o conhecimento socialmente produzido. O desenvolvimento é a apropriação ativa do conhecimento disponível na sociedade em que a criança nasceu. Esse processo de desenvolvimento na fase escolar deve ser provocado de fora para dentro pelo professor, que é uma figura fundamental no processo de preparação do aluno.
Referências bibliográficas:
MOSQUERA, Juan José Mourño; ISAIA, Silvia Maria de Aguiar. Vygotsky ou Piaget? Uma polêmica de repercussões significativas. N. 12, p 77 – 90. Porto Alegre: Educação, 1987.
VYGOTSKY, Lev S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987. - A Formação Social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
A relação de uma “pedagogia da autonomia” com a formação de um sujeito ético-político.
A relação que existe de uma “pedagogia da autonomia” com a formação de um sujeito ético-político, é muito estreita. Levando-se em consideração a metodologia aplicada nesta pedagogia.
Uma pedagogia com autonomia tem como aspecto principal de que o ato de formar vai além do que treinar o educando a desempenhar tarefas. O educando deve ser estimulado a ser crítico, curioso, ser livre para pensar, desenvolver sua capacidade participativa.
Educar não é apenas preparar o educando com conteúdo técnico e científico. Os educadores têm a responsabilidade ética de levar os seus educandos a uma reflexão crítica de suas realidades.
O educador tem o papel de politizar o educando, é preciso que os educadores se posicionem criticamente, questionando, orientando e incentivando os educandos a pensar e reivindicar seus direitos, influindo na sociedade.
Para formar um sujeito ético-político é preciso derrubar ideologias ultrapassadas, alienadoras, como a que o educador é o sujeito que detém todo o conhecimento e o educando é o objeto que absorve de maneira passiva, inquestionável. O educador deve ser um defensor da autonomia, da liberdade, do pensar. É fundamental entender que a educação não é responsável apenas em formar técnicos, mas tem em sua base formação ética e moral.
É necessário que o educador ao assumir o compromisso de formar cidadãos, o faça com ética, amor e alegria por ensinar, pois serão dos educandos de hoje que partirão as mudanças da sociedade de amanhã.
Eva Coutinho Matos Santana
Referências Bibliográficas
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 9. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
SEVERINO, A. Joaquim. Filosofia da educação: construindo a cidadania. São Paulo: FTD, 1994.
Uma pedagogia com autonomia tem como aspecto principal de que o ato de formar vai além do que treinar o educando a desempenhar tarefas. O educando deve ser estimulado a ser crítico, curioso, ser livre para pensar, desenvolver sua capacidade participativa.
Educar não é apenas preparar o educando com conteúdo técnico e científico. Os educadores têm a responsabilidade ética de levar os seus educandos a uma reflexão crítica de suas realidades.
O educador tem o papel de politizar o educando, é preciso que os educadores se posicionem criticamente, questionando, orientando e incentivando os educandos a pensar e reivindicar seus direitos, influindo na sociedade.
Para formar um sujeito ético-político é preciso derrubar ideologias ultrapassadas, alienadoras, como a que o educador é o sujeito que detém todo o conhecimento e o educando é o objeto que absorve de maneira passiva, inquestionável. O educador deve ser um defensor da autonomia, da liberdade, do pensar. É fundamental entender que a educação não é responsável apenas em formar técnicos, mas tem em sua base formação ética e moral.
É necessário que o educador ao assumir o compromisso de formar cidadãos, o faça com ética, amor e alegria por ensinar, pois serão dos educandos de hoje que partirão as mudanças da sociedade de amanhã.
Eva Coutinho Matos Santana
Referências Bibliográficas
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 9. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
SEVERINO, A. Joaquim. Filosofia da educação: construindo a cidadania. São Paulo: FTD, 1994.
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